FARMACÊUTICOS EM RUPTURA: 25 ANOS DE INÉRCIA AMEAÇAM A
SAÚDE PÚBLICA EM PORTUGAL
O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos ouviu com perplexidade as declarações
da Ministra da Saúde no Parlamento, a 11 de dezembro, de que espera que as
negociações com os farmacêuticos estejam em “fase quase final”.
A última reunião negocial com este sindicato decorreu a 19 de setembro último
tendo ficada agendada nova reunião para 2 de outubro. Esta reunião foi
desmarcada sem nova data, o que levou à convocatória de uma greve que decorreu
de 22 a 24 de outubro, com uma adesão superior a 90%. Foi agendada nova reunião
para 27 de novembro, que foi novamente adiada para 12 de dezembro. Nesta data
o SNF foi confrontado com mais um adiamento da reunião, desta vez para 27 de
dezembro.
Enquanto os farmacêuticos enfrentam entraves nas suas negociações, o Governo
avança com acordos noutras áreas profissionais, incluindo classes que iniciaram
os seus processos negociais muito depois. Torna-se por demais evidente que os
constrangimentos orçamentais e de agenda parecem aplicar-se apenas aos
farmacêuticos.
O SNF exige urgência na finalização deste processo negocial, sublinhando a
necessidade de uma proposta de grelha remuneratória que reconheça plenamente
as responsabilidades e a complexidade das funções exercidas pelos farmacêuticos
no SNS, apelando a um compromisso e à boa-fé dos Ministérios da Saúde e das
Finanças.
A tabela remuneratória dos farmacêuticos permanece inalterada desde 1999
enquanto, nestes 25 anos, todas as outras tabelas remuneratórias das carreiras
revistas da saúde foram atualizadas.
Os farmacêuticos enfrentam condições de trabalho degradantes, sem qualquer
perspetiva de evolução, obrigando muitos destes profissionais a abandonar o SNS
ou a emigrar.
O colapso dos serviços farmacêuticos está iminente, colocando em sério risco a
gestão segura e eficaz de medicamentos, a preparação de quimioterapia e nutrição
parentérica, a prevenção de erros no diagnóstico e na medicação, entre inúmeras
outras atividades, ameaçando a saúde pública em Portugal.
Pela honra e defesa dos farmacêuticos.
Pelo futuro do SNS.
A Direção do SNF
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